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Dia Mundial do Albatroz

Dia Mundial do Albatroz No dia 19 de junho celebramos o albatroz, ave ameaçada de extinção que pode chegar a 3,5m de envergadura e viaja até as águas brasileiras todos os anos para se alimentar.

Dia Mundial do Albatroz

18/6/2021 ::  Por Josué Fontana

O Dia Mundial do Albatroz foi criado por representantes do Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) em 2019 com o objetivo de chamar a atenção para a crise da conservação desse grupo de aves.

albatrozes-reprocucao
O ovo do Albatroz

O Acordo, que conta com a participação da coordenadora geral do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, elegeu “Garantindo pescarias compatíveis com a conservação dos albatrozes” como tema da campanha deste ano, a fim de sensibilizar o público sobre as melhores práticas para conservar albatrozes ao redor do mundo.

19 de junho: Data celebrada globalmente 

Albatroz-de-nariz-amarelo

O grande número de albatrozes e petréis mortos incidentalmente pela pesca, que gira em torno de 40 mil todos os anos, foi a principal força motriz para a criação do ACAP há duas décadas e abordar este problema de conservação continua a ser uma parte importante do trabalho do Acordo.

Por isso, todos os anos, a campanha do Dia Mundial do Albatroz dá destaque a espécies ameaçadas de extinção. Na edição de 2021, são homenageadas duas espécies criticamente ameaçadas, de acordo com a classificação da Lista Vermelha da IUCN: o Albatroz-de-Tristão (Diomedea dabbenena) e o Albatroz-de-Galápagos (Phoebastria irrorata).

Espécies em perigo

Onde observar albatrozes
Onde observar albatrozes

As duas espécies são consideradas endêmicas, ou seja, se reproduzem em uma única região no planeta. O Albatroz-de-Tristão faz seus ninhos na Ilha Gough, território britânico isolado em meio ao Oceano Atlântico e se alimenta nas águas brasileiras, uruguaias e argentinas. Já o Albatroz-de-Galápagos é a única das 22 espécies a se reproduzir em uma região de clima tropical, que é a Ilha Espanhola, no Arquipélago de Galápagos.

Além dos perigos da interação com várias modalidades de pesca, os albatrozes e petréis também são ameaçados pela poluição dos oceanos com plásticos e outros resíduos, mudanças climáticas, redução de disponibilidade de alimento, intervenção humana nos locais de reprodução e invasão de roedores nas ilhas onde cuidam de seus filhotes.

conservação das aves marinhas brasileiras
 by Dimas Gianuca

Para a coordenadora geral do Projeto Albatroz e vice-presidente do comitê assessor do ACAP, Tatiana Neves, essas duas espécies representam a urgência da conservação dos albatrozes ao redor do mundo.

“Os desafios que encontramos na proteção dessas duas espécies endêmicas são apenas um exemplo. Conservar mais de 20 espécies com particularidades, localidades e ameaças diferentes requer um enorme esforço global, que é possível somente por meio da colaboração de todos os países membros do ACAP”.

Dia Mundial do Albatroz: 19 de junho
Albatroz-de-Tristão (Diomedea dabbenena) – Espécie criticamente ameaçada. foto: Michelle Risi
Duas espécies estão no foco: Albatroz-de-Tristão e Albatroz-de-Galápagos

Mais de uma dezena de espécies de albatroz se alimentam nas águas brasileiras e, para protegê-las, o Projeto Albatroz realiza um trabalho de educação ambiental com os pescadores, para que conheçam o albatroz e aprendam a utilizar medidas práticas para mitigar a captura desses animais, atuando como parceiros da instituição em alto-mar.

O ACAP e o Projeto Albatroz estão trabalhando conteúdos exclusivos em suas redes sociais para ajudar a aumentar a consciência do público sobre a crise de conservação enfrentada pelos albatrozes e petréis ao redor do mundo, além de ressaltar o esforço global de cientistas e instituições para aproximar espécie das pessoas e sensibilizá-las sobre sobre sua importância. 

Sobre o ACAP

O Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP) reúne 13 países cujos mares territoriais são utilizados por albatrozes e petréis para a alimentação, migração ou reprodução, principalmente na porção meridional do planeta. Atualmente, também são signatários do acordo: Argentina, Austrália, África do Sul, Chile, Espanha, Equador, França, Nova Zelândia, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai.

O ovo do albatroz
© Luciano Candisani

O ACAP tem o intuito de coordenar os esforços dos países envolvidos e estabelecer metas para a conservação destas aves. Em 2008, o Governo Federal ratificou a adesão do Brasil ao acordo. A entrada do país no ACAP é estratégica devido à alta incidência de capturas em nosso mar territorial. Estima-se que até 4 mil albatrozes e petréis morram incidentalmente todos os anos fisgadas pelos anzóis das pescarias de espinhel somente no Brasil. 

O Acordo estabelece diretrizes multilaterais para proteger estas aves ao redor do mundo. Em linhas gerais, ele propõe a troca de dados e resultados de pesquisas sobre a ocorrência de albatrozes e petréis nos países participantes, a criação de planos de ajuda mútua entre as nações, além de recomendar práticas e usos de medidas que visem diminuir a captura incidental de aves marinhas. Mais sobre o ACAP no site: https://acap.aq/

Projeto Albatroz Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras. O Projeto é coordenado pelo Instituto Albatroz – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o Poder Público, empresas pesqueiras e pescadores.

fonte: Projeto Albatroz

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