Ecologia Comportamental
A Ecologia Comportamental é a área da biologia que procura estudar as bases ecológicas e evolutivas de um comportamento.
Ecologia Comportamental
O comportamento dos animais, sua organização social, modo de obter alimento, comportamento reprodutivo e mecanismos de defesa, estão sujeitos à seleção natural tanto quanto sua anatomia, afinal, o comportamento de um animal é uma estratégia de sobrevivência mais evidente do que as estruturas que ele apresenta.

Krebs e Davies (1981) definem a ecologia comportamental como o estudo do valor de sobrevivência do comportamento.
Eles vinculam o comportamento às condições ecológicas em que o animal vive e visualizam o comportamento como uma resposta aos limites e às exigências daquelas condições ecológicas.
Então, a ecologia comportamental trata sobre a função dos comportamentos que terão consequências sobre a sobrevivência e reprodução dos organismos.
Vídeo: Comportamento Animal
Como exemplo, uma população de primatas. Eles vivem em grupos sociais. A razão funcional para a vida em grupo pode ser a de que, dessa forma, os indivíduos tem uma maior proteção contra predadores, aumentando o valor de sobrevivência. A razão mecanicista está relacionada ao modo como os indivíduos se reconhecem e interagem uns com os outros, formando laços sociais que os mantêm juntos.

É evidente que os comportamentos têm consequências sobre o sucesso reprodutivo de um indivíduo, porém, o mesmo não pode ser dito sobre o âmbito de controle genético, assunto ainda controverso.
Em um extremo existe a opinião de que cada comportamento é controlado por um único gene, que exerce controle direto. No outro extremo há a opinião de que os comportamentos são aprendidos e não controlados por genes, fazendo relação principalmente ao comportamento humano (Foley, 1993).
No entanto, entre esses dois extremos existem várias outras possibilidades. É improvável que o processo de aprendizagem faça sentido numa população com prazo de vida curto, que vivem em ambientes fixos e previsíveis. Porém em animais de maior porte, sociais e complexos, como muitos mamíferos, é quase inverossímil que apenas o controle genético seria o suficiente para promover a ampla e diversificada variação de comportamentos (Foley, 1993).
Interações: Ecologia Comportamental
Deve-se, então, supor que ocorram interações entre aprendizado e controle genético. Segundo Maynard Smith (1983), o melhor modelo para isso talvez seja o jogo, onde existem regras que resumem o objetivo básico e as relações e a partir dessas regras o jogador é capaz de desenvolver a melhor possibilidade para cada situação.

Esse conjunto de regras seria definido pela genética do indivíduo, por meio das quais podem ser seguidas as estratégias comportamentais.
Em resumo, com essas regras o indivíduo esta apto a começar a “jogar o jogo”, mas pode também aprender através das experiências obtidas durante a vida (Passingham, 1982; Layton e Foley, no prelo). Então, a seleção irá operar não sobre o próprio comportamento verdadeiro, mas sobre as “regras” pelas quais esse comportamento foi determinado.
Dessa forma, podemos concluir que o comportamento pode exercer um papel importante na evolução de um organismo e em suas adaptações. Isto é de particular importância nos estudos da ecologia evolutiva e podemos dizer que não só as adaptações comportamentais foram decisivas, como também é provável que esses comportamentos não se encontrem sob controle genético direto e simples.