Indri, um lêmure de respeito
Indri (Indri indri): é o maior lêmure sobrevivente nas florestas de Madagascar e um dos maiores lêmures do mundo. Mesmo sendo um animal cultuado e protegido por lei, está em perigo de extinção. Conheça aqui algumas curiosidades sobre esse peculiar mamífero.
Indri, um lêmure de respeito
25/8/2021 :: Por Josué Fontana
Madagascar sempre fascinou os biólogos por uma série de motivos. A principal deles é que esse país insular é um hotspot de biodiversidade cujos animais selvagens são, em sua grande maioria, espécies endêmicas.
O problema é que a biodiversidade remanescente em Madagascar é apenas uma pequena fração de uma extraordinária riqueza perdida. Entre esses animais de características únicas que ali resistem, destaca-se o indri (Indri indri).
Este lêmure criticamente ameaçado habita as florestas de várzea e montanhas ao longo da costa do país.
Características:
- Um dos maiores lêmures, o indri mede cerca de 64-72 cm de comprimento de cabeça e corpo e pesa até 9,5 kg. Exibe uma vistosa pelagem preta e branca. A cauda vestigial não passa de 5 cm, diferente de qualquer outro lêmure.
- Tem pernas longas e musculosas e grandes olhos esverdeados. O rosto negro é ladeado por orelhas redondas e felpudas.
- Mantém uma postura ereta ao escalar as árvores ou movendo-se através do dossel. Monogâmico, vive em pequenos grupos familiares que vocalizam bastante, comunicando-se com outros grupos.
- É exclusivamente herbívoro, alimentando-se principalmente de folhas, mas também de sementes, frutos e flores.
Curiosidades do comportamento:
Monogâmicos, os indris buscam um novo parceiro somente após a morte do companheiro e normalmente dormem sozinhos ou em pares.
Como tantas outras espécies de lêmures, vivem em uma sociedade lideradas por fêmeas. A fêmea dominante comumente desloca os machos para galhos mais baixos e áreas de alimentação mais pobres, e normalmente é ela que lidera o grupo pela floresta.
As fêmeas dão à luz a cada dois ou três anos, com um período de gestação em torno de 120-150 dias. A mãe é a cuidadora principal, embora o pai acompanhe, permanecendo com a família. Atingem a maturidade sexual entre os 7 e 9 anos de idade. Os filhotes nascem quase sempre totalmente negros e começam a apresentar coloração branca (se houver) entre os quatro e os seis meses de idade.
A situação dramática dos indris: conservação
Os esforços de conservação tem se revelado insuficientes e frustrantes. Apenas um animal conseguiu viver mais de um ano em cativeiro. Também não houve sucesso na reprodução em cativeiro.
Embora os cientistas tenham dificuldade em estimar com precisão as populações, o indri é considerado uma espécie criticamente ameaçada de extinção. A população parece estar diminuindo rapidamente, situação agravada principalmente pela destruição e fragmentação do habitat pela agricultura ambientalmente irresponsável, que ocorre até em áreas protegidas.
Ainda são muito caçados, apesar de protegidos por lei e a despeito de serem considerados animais sagrados por parte da população. A carne é apreciada como uma iguaria em algumas regiões.
Fontes e referências:
- Powzyk, J. A.; Mowry, C. B. (2003). “Dietary and Feeding Differences Between Sympatric Propithecus diadema diadema and Indri indri“. International Journal of Primatology. – Em inglês.
- Lemurs of Madagascar – wildmadagascar.org/ – Em inglês.
- Pollock, J.I. (1979). “Female Dominance in Indri indri“. Folia Primatologica – Em inglês.
- Indri – wikipedia.org – Em inglês.
- Extinções provocadas pelo homem fazem os outros mamíferos perderem milhões de anos – nationalgeographicbrasil.com
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