Manifesto pelo oceano
Manifesto pelo oceano: campanha inédita em defesa de nossas praias e mares com a participação de diversas personalidades. Uma crítica aos hábitos de consumo e de vida da sociedade, que tem gerado tanto desequilíbrio à vida na Terra, sem perder a esperança para um mundo melhor.
Manifesto pelo oceano: uma crítica aos hábitos de consumo e de vida da sociedade
08/8/2022 :: postado por Marco Pozzana, biólogo – via Projeto Ilhas do Rio
Cumprindo o seu papel de mobilizar a sociedade, o Projeto Ilhas do Rio lança um manifesto inédito pela preservação de nossas praias e mares. Dia 08 de junho, Dia Mundial do Oceano, entra no ar “Um manifesto pelo Oceano”, que vai contar com a participação dos Embaixadores do Oceano Ilhas do Rio, para levar uma mensagem de alerta, e de esperança, sobre o futuro de nossos mares.
O vídeo faz parte da campanha contra poluição marinha que o projeto vem desenvolvendo com patrocínio da Corona. A campanha traz novas ações que ganharam força com a parceria da La Carioca Cevicheria. Entre elas, a produção de um vídeo com pescadores da Colônia de Copacabana Z13 abordando a problemática do plástico, e um Mutirão de Limpeza, realizado nas praias do Leblon e de Ipanema no dia 22 de maio, Dia da Biodiversidade.
O Manifesto pelo Oceano, que será lançado pelo canal do Youtube (youtube.com/user/projetoilhasdorio) e depois divulgado nas redes sociais do projeto, é protagonizado por dez influenciadores digitais, escolhidos como Embaixadores do Projeto Ilhas do Rio, entre eles, a ex-apresentadora e nutricionista, Gabriela Kapim; a medalhista olímpica de vôlei de praia, Ágatha Rippel; o repórter da TV Globo, Clayton Conservani; o campeão mundial de surf adaptado e idealizador do projeto Adaptsurf (para deficientes), Henrique Saraiva; o modelo Alex Trevelin; e a empreendedora carioca Olívia Rabacov, criadora da Mami Wata.
Vídeo, que será lançado no Dia Mundial do Oceano, faz parte de campanha contra a poluição marinha
No vídeo, com duração de dois minutos, os participantes dão voz ao Oceano através de uma linguagem de manifesto junto a imagens reais dos nossos mares. Uma crítica aos hábitos de consumo e de estilo de vida da sociedade, que tem gerado tanto desequilíbrio ao Planeta, sem perder, porém, a esperança para um mundo melhor.
Já o vídeo protagonizado pelos pescadores da Colônia Z13, de Copacabana, teve como objetivo chamar a atenção para o volume de plástico produzido, consumido, descartado e lançado no Oceano a cada dia que passa. O vídeo de três minutos, gravado no quiosque do La Carioca na praia do Leblon, simula uma situação rotineira de entrega de pescado e o perigo que corremos de ter mais plástico que peixe já na próxima década! O material conta também com imagens reais sobre poluição marinha do Rio de Janeiro, incluindo o impacto direto na vida marinha e na pesca artesanal. O vídeo traz o depoimento dramático do pescador Manoel Rebouças, Presidente da Colônia de Pescadores Z13 de Copacabana e do seu filho, também pescador, Manasi Rebouças, relatando décadas de transformação do ambiente marinho, impactado pela poluição urbana.
Mutirão
No Mutirão de Limpeza, realizado no Dia da Biodiversidade, os voluntários conseguiram retirar 16,4kg de lixo das areias nas praias de Ipanema e Leblon, entre vidros, plásticos, guimbas de cigarro, madeira, isopor, máscaras de proteção, entre outros. A ação aconteceu no trecho de areia entre a Avenida Henrique Dumont e a Avenida Afrânio de Melo Franco, próximo a La Cevicheria Carioca. Neste mesmo dia, o projeto montou uma tenda no calçadão da praia, para descarte de resíduos eletrônicos, totalizando mais de 100kg. Todo o montante recolhido foi doado para a COOPAMA (Cooperativa Popular Amigos do Meio Ambiente Ltda) para reciclagem e destinação correta.
Os participantes também receberam brindes do projeto, da La Carioca e da Kaiak Natura, que apoiou o Mutirão. Também puderam conferir uma exposição fotográfica com flagras da interação da biodiversidade com o lixo marinho.
As ações da campanha têm o objetivo de sensibilizar a sociedade quanto à problemática da poluição no mar e seu impacto na vida marinha e das pessoas. E a participação de personalidades, como no Manifesto pelo Oceano, ajuda a ampliar o alcance dessa importante mensagem levantada pelo Projeto Ilhas do Rio, que é realizado pelo Instituto Mar Adentro, com patrocínio da Associação IEP e JGP, e curadoria técnica do WWF-Brasil e conta com importantes parcerias com o ICMBio, a Colônia de Pescadores de Copacabana-Z13, o Museu Nacional-UFRJ e o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
PROJETO ILHAS DO RIO/HISTÓRICO – Um projeto de pesquisa e educação ambiental para conservação marinha!
Há mais de 10 anos, o Projeto Ilhas do Rio iniciou suas atividades no MONA das Ilhas Cagarras, Unidade de Conservação (UC) situada no Rio de Janeiro, registrando mais de 650 espécies de animais e plantas, entre elas, algumas raras, endêmicas e inéditas para a ciência.
Em 2021, as Ilhas Cagarras e Águas do Entorno receberam o título de Hope Spot (Ponto de Esperança), e tem o Projeto Ilhas do Rio como um de seus guardiões. Esse importante reconhecimento é dado pela Mission Blue, uma aliança internacional liderada pela dama da conservação marinha, Dra. Sylvia Earle. Os Hope Spots são locais cientificamente considerados como críticos para a saúde do oceano e as importantes descobertas realizadas pelo projeto permitiram essa conquista.
O pioneirismo do projeto possibilitou descobertas preciosas, como, uma espécie de perereca endêmica, que só existe ali; uma espécie de árvore, a Gymnanthes nervosa, que não era encontrada no município desde 1940. Também foram catalogadas esponjas-do-mar com propriedades medicinais, como a Petromica citrina (ou esponja-dourada), e outras ameaçadas, como a esponja-carioca Latrunculia janeirensis, uma das espécies marinhas que consta na categoria Vulnerável do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, publicado pelo ICMBio (2018). Para completar, pesquisadores descobriram um sítio arqueológico Tupiguarani na Ilha Redonda, onde também foram contabilizadas mais de cinco mil fragatas, tornando oficialmente o MONA Cagarras um dos maiores ninhais da espécie do Atlântico do Sul.
Educação ambiental e a mobilização social.
Uma das principais missões do projeto é subsidiar órgãos tomadores de decisão com dados científicos produzidos com suas pesquisas, para criação de políticas públicas de conservação ambiental para o litoral carioca. Dentre as pesquisas do projeto, destacam-se o monitoramento a longo prazo de baleias, golfinhos, tartarugas e peixes. A pesquisa inédita para diagnóstico da mastofauna terrestre (mamíferos), tanto nativa quanto exótica, como roedores e morcegos. Outra pesquisa inédita para a região é o reflorestamento da Ilha Comprida, com a retirada do capim-colonião, espécie invasora, e replantio de espécies nativas. Desde 2014, já foram plantadas mais de 350 mudas de quatro espécies nativas. A aroeira (Schinus terebinthifolius) é a espécie que apresentou melhor resultado até hoje, crescendo como árvores de até 3 metros e com presença de frutos. A sombra das árvores impede o crescimento do capim dando oportunidade para as sementes das plantas nativas germinarem e crescerem naturalmente no local.
Além da pesquisa científica, o Projeto Ilhas do Rio atua em outras duas frentes: a educação ambiental e a mobilização social. Ambas têm como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da preservação ambiental, e sensibilizá-la quanto à problemática da poluição no mar e seu impacto na vida marinha. Além de promover seu engajamento no apoio às medidas de conservação, turismo consciente e uso sustentável da Unidade de Conservação e seu entorno.
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