Sociobiologia
Sociobiologia é o estudo do comportamento social dos animais. Esta disciplina científica usa conceitos da etologia, evolução, sociologia e da genética de populações.
Sociobiologia
27/8/2020 :: Josué Fontoura. CC BY-ND 4.0
A sociobiologia (ou biossociologia) propõe que comportamentos e sentimentos animais, também existentes nos seres humanos, como o altruísmo e a agressividade, são em parte derivados da genética, e não apenas adquiridos, cultural ou socialmente.
Tal proposta causou grande controvérsia no cenário intelectual e até hoje divide os pesquisadores. Entretanto, boa parte das críticas consiste em interpretações errôneas da teoria, que é muito confundida com o darwinismo social.
A evolução centrada no gene é importante para se identificar as vantagens e desvantagens evolutivas de um determinado comportamento social.
Este conceito é o assunto central do livro 1976 de Richard Dawkins “O Gene Egoísta” (uma importante obra de popularização da Sociobiologia) e foi desenvolvido na década de 1960 por W. D. Hamilton.
Outro conceito importante para a disciplina é a seleção de parentesco (Kin Selection). A Seleção de Parentesco é especialmente útil para o entendimento de atos altruísticos entre indivíduos aparentados. A ideia do altruísmo recíproco, proposta por Robert Trivers é eficaz para a explicação de atos altruísticos entre indivíduos não necessariamente aparentados.
Sociobiologia ou biossociologia
O termo foi popularizado por Edward Wilson, em seu livro Sociobiologia: A Nova Síntese, lançado em 1975. Wilson é famoso por iniciar o debate, uma das maiores controvérsias científicas do final do século XX, de que o comportamento animal pode ser estudado utilizando-se uma abordagem evolutiva. Ele também é creditado por trazer o termo biodiversidade a público.
Conforme defendido pela psicologia evolutiva, o cérebro dos humanos também sofreu pressões seletivas específicas, que o adaptaram a determinadas circunstâncias. Antes mesmo da vida em grandes sociedades, o homem precisava interagir e se comunicar.
Um organismo geneticamente propenso ao altruísmo, por exemplo, poderia ter ganhos maiores se o ambiente fosse propício a isso, conforme demonstrou o biólogo Robert Trivers.
Assim, sentimentos como a compaixão seriam influenciados por fatores genéticos, e portanto deveriam ser estudados com base na biologia.
A sociobiologia não propõe o determinismo de qualquer forma. A influência da cultura é diminuída, mas não eliminada. A cultura e os genes não devem ser vistos como fatores antagônicos no comportamento, mas como fatores que interagem, a cultura sendo um fator ambiental que afeta a maneira como serão expressos os genes que tenham relação com o comportamento.
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