Nova espécie de ouriço

Nova espécie de ouriço: biólogos acabam de adicionar uma espécie de roedor para a nossa fauna — Coendou longicaudatus (ouriço-de-cauda-longa) — que já possui duas subespécies presentes em diferentes regiões brasileiras.

Nova espécie de ouriço no Brasil

17/11/2021 ::  Por Marco Pozzana, biólogo

Ele já e estava entre nós há tempos, mas somente após as análises comparativas da morfologia e de DNA de 280 espécimes de eretizontídeos, uma equipe de biólogos foi capaz de aferir que há presença de uma espécie de ouriço com características distintas.

A nova espécie foi nomeada Coendou longicaudatus, (ouriço-de-cauda-longa) com duas subespécies: Coendou longicaudatus longicaudatus (na Amazônia) e Coendou longicaudatus boliviensis (no Cerrado e Pantanal).

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O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB) publicado em outubro na revista Journal Of Zoological Systematics And Evolutionary Research.

As espécies foram classificadas baseadas em características da pele, crânio e cor, e por sequenciamento genético extraído de amostras de sangue.

A pesquisa também avançou na comparação entre as espécies para identificação, tornando o processo mais rápido e pratico. Ao longo do estudo, os biólogos notaram ser possível diferenciar as três espécies usando a coloracão dos espinhos.

Coendou longicaudatus e as subespécies

É um animal de médio à grande porte com hábitos arborícolas, noturnos e crepusculares. Entre as subespécies, o amazonense Coendou longicaudatus longicaudatus, tem uma coloração predominantemente marrom escura com uma mistura de branco na região dorsal, efeito da combinação de espinhos bicolores e tricolores.

A subespécie do Cerrado, o Coendou longicaudatus boliviensis, quase não tem espinhos bicolores na região média dorsal, a região apical dos espinhos tricolores é longa e esbranquiçada. A região média é bem curta e tem uma cor marrom clara. Os espinhos são longos, com mais de 10 cm.

O estudo faz parte da tese de doutorado do biólogo Fernando Heberson Menezes, da Universidade Federal do Ceará, que revisou toda a organização e classificação dos seres vivos do gênero Coendou. 

Fontes e referências:

• Fernando Heberson Menezes, Anderson Feijó, Hugo Fernandes-Ferreira, Itayguara Ribeiro da Costa, Pedro Cordeiro-Estrela – Integrative systematics of Neotropical porcupines of Coendou prehensilis complex (Rodentia: Erethizontidae) – (em inglês).