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Importância da Mata Ciliar

Importância da Mata Ciliar: Mata ciliar é a formação vegetal localizada nas margens de córregos, lagos, represas e nascentes. Também é conhecida como mata de galeria, mata de várzea, vegetação ou floresta ripária.

As matas ciliares funcionam como reguladores do fluxo de água, sedimentos e nutrientes entre os terrenos mais altos da bacia hidrográfica e o ecossistema aquático.

Importância da Mata Ciliar

Impacto nas matas ciliares
O Rio de Janeiro não é ainda um bom exemplo na preservação das matas ciliares. foto: M. Moscatelli

Essas matas desempenham o papel de filtro, o qual se situa entre as partes mais altas da bacia hidrográfica, utilizadas pelo homem para a agricultura e urbanização; e a rede de drenagem desta, onde se encontra o recurso mais importante para o suporte da vida, que é a água.

Os ecossistemas formados pelas matas ripárias desempenham suas funções hidrológicas das seguintes formas:

  • Estabilizam a área crítica, que são as ribanceiras do rio, pelo desenvolvimento e manutenção de um emaranhado radicular;
  • Funcionam como tampão e filtro entre os terrenos mais altos e o ecossistema aquático, participando do controle do ciclo de nutrientes na bacia hidrográfica, através de ação tanto do escoamento superficial quanto da absorção de nutrientes do escoamento subsuperficial pela vegetação ripária;
  • Atuam na diminuição e filtragem do escoamento superficial impedindo ou dificultando o carregamento de sedimentos para o sistema aquático, contribuindo, dessa forma, para a manutenção da qualidade da água nas bacias hidrográficas;
  • Promovem a integração com a superfície da água, proporcionando cobertura e alimentação para peixes e outros componentes da fauna aquática;
    Através das copas das árvores, interceptam e absorvem a radiação solar, contribuindo, assim, para a estabilidade térmica dos pequenos cursos d’água.

Matas ciliares ajudam a manter fertilizantes fora dos rios – Importância da Mata Ciliar

Importância da Mata Ciliar
Importância da Mata Ciliar

Resultados preliminares de uma pesquisa realizada na Fazenda Tanguro (MT) indicam que fertilizantes usados na agricultura que caem em córregos podem impactar a qualidade da água nas propriedades e até fora delas, reforçando a necessidade de se recuperar e proteger matas ciliares. O estudo é conduzido por cientistas americanos em colaboração com o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

Um experimento mostra que o nitrogênio, ao cair em um córrego, pode viajar até um quilômetro, com potencial de atingir rios maiores. O fósforo, por sua vez, é em grande parte absorvido localmente, o que estimula a produção de algas. Elas alteram a disponibilidade de oxigênio na água e modificam a cadeia alimentar do local.

“O ideal é que estes nutrientes agrícolas sejam processados antes de chegar na água, mas é preciso investigar as possibilidades”, explica a cientista KathiJo Jankowski, do Marine Biological Laboratory (MBL). “Se você consegue prever as consequências, é possível definir as melhores alternativas.”

O estudo começou no início de 2016 e uma nova rodada de experimentos e coleta de dados na fazenda foi feita em outubro. A boa notícia é que tanto o solo quanto a mata ciliar preservada servem como filtros desses fertilizantes. Na mesma Tanguro, estudos realizados desde 2008 mostram que esses elementos tendem a nem chegar na água, ficando estocados abaixo de dois metros de profundidade no solo agrícola.

“Os produtores devem maximizar a produtividade minimizando os impactos. Utilizamos os experimentos para identificar corretamente o ponto em que esse equilíbrio acontece”, afirma o co-autor da pesquisa, Christopher Neill, do Woods Hole Research Center (WHRC).

Dinheiro rio abaixo – Importância da Mata Ciliar

Jankowski conta que, nos Estados Unidos, gasta-se milhões de dólares todo ano para melhorar a qualidade da água do Rio Mississipi, e que o Golfo do México apresenta zonas mortas (sem oxigênio), porque está saturado com nitrogênio e fósforo.

No Brasil, o Código Florestal prevê essa proteção na figura das APPs, ou áreas de preservação permanente. São trechos de vegetação situadas às margens de corpos d´água, como córregos ou nascentes, além de topos de morro e encostas, fundamentais para manter a segurança e a qualidade da água e dos ecossistemas ali existentes.

“As florestas ripárias, junto a um bom manejo, oferecem um caminho para evitar danos ecológicos associados à produção agrícola e mantêm a integridade de ambientes aquáticos”, afirma a pesquisadora Marcia Macedo, também do WHRC.

Ao sombrear o córrego, as árvores deixam cair folhas, insetos e galhos dentro da água, formando micro-habitats que são importantes para a vida aquática. Além disso, a vegetação regula a temperatura da água, pois barra a entrada excessiva de luz.

“O Brasil tem a oportunidade de manejar a paisagem de forma mais sustentável do que o resto do mundo. Imagina o quanto pode-se poupar por não precisar restaurar rios, apenas fazendo o manejo da forma mais adequada e protegendo as APPs”, diz Jankowski.

Impacto no clima – Importância da Mata Ciliar

“É essencial conservar as florestas. Para isso a intensificação da produção pode ser um caminho. Ter APPs devidamente protegidas é bom para o ecossistema aquático, para os animais que utilizam como corredores ecológicos e para a produção de alimentos”, explica Neill.

Segundo o Instituto Internacional de Nutrição Vegetal, que congrega grandes empresas produtoras de fertilizantes do mundo, em 2015 o Brasil apresentou um consumo aparente de 3,64 milhões de toneladas de nitrogênio e 4,66 milhões de toneladas de fósforo.

Além da água, outro efeito do uso de fertilizantes sintéticos na agricultura é a emissão de gases do efeito estufa. Segundo o SEEG (www.seeg.eco.br), seu uso responde a emissão de 13,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente em 2015.

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