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A floresta e a mudança climática

A floresta e a mudança climática: Compreender os mecanismos por trás da resiliência das árvores e identificar onde a recuperação de florestas é mais produtiva podem nortear ações de mitigação.

A floresta e a mudança climática

Out/2019 :: por Diego Freire / Pesquisa FAPESP

Em fevereiro deste ano, pesquisadores do Brasil e da Alemanha publicaram artigo mostrando que a resiliência das florestas tem relação com a sazonalidade a que estão sujeitas: as árvores são mais resistentes nos locais em que a chuva é mais incerta.

IUCN: União Internacional para Conservação da Natureza
IUCN: União Internacional para Conservação da Natureza

Essa propriedade parece ter relação com uma combinação de fatores que têm como protagonistas as próprias árvores e seus mecanismos hidráulicos, responsáveis pelo transporte eficiente de água pelo interior de seus troncos, de acordo com estudo publicado na edição de agosto da revista New Phytologist.

“Até pouco tempo atrás, pensava-se que o clima era o principal determinante da resiliência dos ecossistemas, que seriam, por sua vez, menos resistentes do que imaginamos hoje”, conta o biólogo Rafael Oliveira, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Temos visto que são sistemas extremamente dinâmicos e, apesar de o clima ter um impacto importante no seu funcionamento, são as propriedades inerentes às árvores que as fazem resistir.” Segundo o pesquisador, coordenador do trabalho, fatores ambientais – tanto do campo da biologia como climáticos – ao longo do tempo selecionaram características para cada tipo de ambiente, dando origem à diversidade genética e funcional que se vê hoje nos ecossistemas.

Como as florestas enfrentam as mudanças do clima

Queimadas na Amazônia
Queimadas na Amazônia. Foto: Mario Tama

Para compreender a interação dos mecanismos hidráulicos com as variações climáticas, os pesquisadores estudaram 30 espécies de árvores em duas áreas do Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), cooperação científica internacional que investiga as interações entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas em escala regional e global.

Uma delas está localizada em uma região úmida, a Reserva Biológica Cuieras, perto de Manaus, capital do Amazonas. A outra, a Floresta Nacional do Tapajós, na Amazônia oriental, é mais seca e com variabilidade interanual de chuvas acentuada, o que significa que em alguns anos chove muito e, em outros, pouco.

“Se olhamos a Amazônia em imagens de satélite, ela parece ser uma grande floresta homogênea, ainda que sob climas diferentes. Olhando mais de perto, o que há são diferentes florestas, com composições diversas de espécies”, enfatiza Oliveira.

>> Para saber mais, leia o artigo completo no site da Revista Fapesp >Como as florestas enfrentam as mudanças do clima

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