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Darwin e a religião

Darwin e a religião: Muitos consideram as ideias de Darwin como uma ameaça ao pensamento católico ou religioso. Todavia, Darwin foi um homem de fé antes da perda de sua filha.

Darwin e a religião

A tradição da família de Darwin era não-conformista unitarista, enquanto que seu pai e avô eram livre-pensadores, seu batismo e escola de infância eram anglicanos.

Criacionismo x Evolução
Criacionismo x Evolução

Críticas à evolução foram levantadas desde que as ideias evolucionistas vieram à tona no século XIX.

Quando Charles Darwin publicou em 1859 seu livro A Origem das Espécies, inicialmente encontrou oposição de cientistas com diferentes teorias, mas logo veio a ser esmagadoramente aceita pela comunidade científica.

A observação dos processos evolutivos que ocorrem (bem como a síntese evolutiva moderna explicando que a prova) tem sido um ponto de concordância entre a grande maioria dos biólogos desde a década de 1940.

Os manuscritos de Darwin
Manuscritos de Darwin

A proposta de Darwin que as espécies se originam por processos inteiramente naturais contradiz a crença religiosa na criação divina tal como é apresentada na Bíblia, no livro de Génesis. As discussões que o livro A origem das espécies desencadeou se disseminaram rapidamente entre o público, criando o primeiro debate científico internacional da história.

Mas enquanto pequeno, Darwin e seus irmãos iam à Igreja Unitarista juntamente com sua mãe. Quando estava ingressando em Cambridge para se tornar um clérigo anglicano, Darwin não duvidava da interpretação literal da Bíblia.

Darwin e a Bíblia

Abiogênese X Biogênese
Abiogênese X Biogênese

Ele aprendeu ciências com John Herschel que, igualmente com a teologia natural de William Paley, buscou explicações nas leis da natureza ao invés de respostas miraculosas e viu a adaptação das espécies como uma evidência do design divino.

A bordo do Beagle, Darwin era bem ortodoxo e podia citar a Bíblia como uma autoridade moral. Ele olhou para os “centros da criação” para explicar a distribuição das espécies e sugeriu que a similaridade das formigas-leão achadas na Austrália e Inglaterra eram evidência da mão divina.

Ao retornar, ele se tornou crítico da Bíblia como livro histórico e questionou se todas as religiões não poderiam ser igualmente válidas. Nos próximos anos, enquanto especulava intensamente sobre geologia e transmutação de espécies, ele pensou bastante sobre religião e discutiu abertamente o assunto com sua esposa Emma, cuja crença também vinha de estudos intensivos e questionadores.

O Desafio de Darwin

Embora ele pensasse que a religião fosse uma estratégia tribal de sobrevivência, Darwin estava relutante em desistir da ideia de Deus como o juiz supremo. Ele estava cada vez mais abalado pelo problema do mal.

Darwin permaneceu amigo próximo dos clérigos de Downe e continuou a ter um papel de liderança no trabalho paroquial da igreja, mas por volta de 1849 começou a preferir caminhar aos domingos, enquanto sua família ia na igreja.

Em 1851, Darwin ficou devastado quando sua filha Annie morreu. A partir daí sua crença na fé cristã diminuiu, e ele parou de ir na igreja.

Ciência e fé

Documentário Darwin
Documentário Darwin

Ele considerava um “absurdo duvidar que um homem poderia ser um ardente teísta e evolucionista” e, embora reticente sobre suas visões religiosas, em 1879 ele escreveu: “Eu nunca fui um ateísta no sentido de negar a existência de Deus. – Eu penso que em geral… o agnosticismo poderia ser a forma mais correta de descrever meu estado mental”.

Em 1915, Elizabeth Cotton publicou “Lady Hope Story”, que alegava que Darwin se converteu ao cristianismo durante sua morte. A alegação foi repudiada pelos filhos de Darwin e dada como falsa por historiadores.

Ele proveu à teoria uma base matemática e estabeleceu um largo consenso científico de que a seleção natural é o mecanismo básico da evolução, portanto a base da genética populacional e da síntese evolutiva moderna. 

Darwin e a religiãoAté os amigos mais próximos de Darwin não deixaram de expressar várias considerações sobre sua teoria mas deixaram de dar um forte apoio, assim como vários outros, particularmente jovens naturalistas. Grey e Lyell buscaram reconciliação com a fé, enquanto Huxley defendeu uma polarização entre religião e ciência.

Ele lançou campanhas agressivas contra a autoridade do clero na educação, mirando o objetivo de acabar com a dominância dos clérigos e aristocratas amadores sob a jurisdição de Owen, em favor de uma nova geração de cientistas profissionais

Hoje a maioria das críticas e negações da evolução vêm de fontes religiosas, em vez da comunidade científica. Apesar de muitas religiões aceitarem a ocorrência de evolução, tais como aqueles que defendem a evolução teísta, há algumas crenças religiosas que rejeitam as explicações evolutivas em favor do criacionismo, a crença de que uma divindade criou o universo e a vida. A controvérsia da criação versus evolução tem sido um ponto do recente conflito entre religião e ciência.

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