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O menor dos camaleões

O menor dos camaleões: a fantástica fauna de Madagascar surpreendeu novamente no início de 2021. Biólogos alemães anunciaram a descoberta de uma nova espécie de camaleão — a menor delas — que pode estar criticamente ameaçada de extinção.artigo original www.biologo.com.br

O menor dos camaleões, nova espécie de Madagascar

4/11/2021 ::  Por Marco Pozzana, biólogo

Ao mesmo tempo em que nós biólogos ficamos fascinados a cada espécie nova que é descoberta em Madagascar — país insular no Oceano Índico com alto grau de endemismo — ficamos na mesma medida preocupados.

nanocamaleão
Brookesia nana. Glaw et al., 2021: holótipo macho.

Diversos ecossistemas ali estão degradados pelo rápido avanço do crescimento da população humana. Nessas condições, se encontram diversas espécies únicas, que correm grande risco de extinção.

E assim foi com com o camaleão Brookesia nana, cuja floresta montanhosa onde é encontrado já foi severamente degradada. 

Somente dois dos minúsculos lagartos foram descobertos pela equipe de expedição alemã em Madagascar, a despeito dos esforços para achar mais exemplares.

A floresta onde o réptil ocorre já foi separada para proteger a espécie. Mesmo assim, os biólogos acreditam que o camaleão em breve será listado como criticamente ameaçado pela IUCN.

Nanocamaleão (Brookesia nana)

O menor dos camaleões
Frank Glaw, Jörn Köhler, Oliver Hawlitschek, Fanomezana M. Ratsoavina, Andolalao Rakotoarison, Mark D. Scherz & Miguel Vences, CC BY 4.0, via Wikimedia Commons

Com o animal macho medindo somente 22 mm de comprimento o B. nana é o menor camaleão e o menor réptil das cerca de 11.500 espécies conhecidas. 

Os machos são bem menores que as fêmeas, que medem 29 mm. Por seu tamanho reduzido é chamado de ‘nanocamaleão’.

Por ser uma espécie tão nova e rara, pouco sabemos acerca do seu comportamento. Todavia, os biólogos acreditam que a dieta consiste principalmente de ácaros e colêmbolos encontrados na serapilheira.

Como outros camaleões, este minúsculo réptil possui uma língua que se projeta para capturar suas presas.

Agora que sabemos da existência do B. nana e que medidas de conservação e preservação do seu habitat foram tomadas ficamos esperançosos de que essa frágil espécie possa, quem sabe, ficar longe das listas de animais ameaçados de extinção.

Fontes e referências:
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