Mirmecologia

Mirmecologia: Mirmecologia é a ciência que se ocupa do estudo das formigas. 

A mirmecologia estuda a biologia, ecologia, fisiologia, evolução, taxonomia, sistemática, filogenia, biogeografia e importância econômica das formigas. É uma subdisciplina da entomologia e está inserida na categoria da zoologia.

Mirmecologia

A palavra mirmecologia foi cunhada por William Morton Wheeler (1865-1937), embora o interesse humano na vida das formigas remonte há mais tempo, com numerosas referências populares antigas.

O primeiro pensamento científico baseado na observação da vida das formigas foi o de Auguste Forel (1848-1931), um psicólogo suíço que inicialmente estava interessado em ideias de instinto, aprendizado e sociedade.

Em 1874, ele escreveu um livro sobre as formigas da Suíça, Les fourmis de la Suisse, e nomeou sua casa La Fourmilière (a colônia de formigas). Os primeiros estudos de Forel incluíram tentativas de misturar espécies de formigas em uma colônia. Ele observou polidentidade e monodomia em formigas e as comparou com a estrutura das nações. 

Do grego (myrmex = relativo a formiga, eko = relativo a ecossistema, ambiente + logos = tratado + ia)

Mais da história da Mirmecologia

Wheeler analisou as formigas sob uma nova luz, em termos de organização social, e em 1910 fez uma palestra em Woods Hole sobre “A formiga-colônia como um organismo”, que foi pioneiro na ideia de superorganismos. Wheeler considerou a tropoaxaxia ou o compartilhamento de alimentos dentro da colônia como o núcleo da sociedade das formigas. Isso foi estudado usando um corante na comida e observando como se espalhou na colônia.

• A linguagem química dos insetos
• Profissão Entomólogo

Alguns, como Horace Donisthorpe, trabalharam na sistemática das formigas. Essa tradição continuou em muitas partes do mundo até que avanços em outros aspectos da biologia foram feitos. O advento da genética, ideias em etologia e sua evolução levaram a um novo pensamento. Essa linha de pesquisa foi iniciada por E. O. Wilson, que fundou o campo denominado de sociobiologia.

As formigas

Acredita-se que o surgimento das formigas na Terra deu-se durante o período Cretáceo (há mais de 100 milhões de anos) e pensa-se que elas evoluíram a partir de vespas que tinham aparecido durante o período Jurássico. 

• Estima-se que o peso de todas as formigas do planeta supera o peso de toda a humanidade.

  

• As formigas-rainhas podem gerar 300 novas formigas em apenas uma semana. Assim, estima-se que existam 1016 formigas (dez quatrilhões) na Terra.
• Embora nem todas as espécies de formigas construam formigueiros, muitas fazem autênticas obras de engenharia, normalmente subterrâneas, com um complexo sistema de túneis e câmaras com funções especiais – para o armazenamento de alimentos, para a rainha, o “berçário”, onde são tratadas as larvas, etc.
• As sociedades das formigas são organizadas por divisão de tarefas, muitas vezes chamadas castas. As tarefas podem ser distribuídas pelo tamanho e/ou pela idade do indivíduo.

Mirmecologistas célebres

Entre os mirmecologistas mais proeminentes, destacam-se, no passado, Pierre André Latreille, que deu nome à família Formicidae, W. M. Wheeler, F. Santschi, A. Forel, C. Emery, W. W. Kempf, G. Mayr, T. Borgmeier entre outros.

Mais recentemente, destacam-se William Brown Jr., Barry Bolton, B. Holldobler, Fernando Fernández, J. E. Lattke, D. Agosti, Alexander Wild, Philip Ward, Alan Andersen, H.G. Fowler, Jacques H.C. Delabie, Carlos R.F. Brandão e E. O. Wilson, considerado o mais proeminente biólogo vivo.

Entre os mirmecologistas que trabalharam no Brasil, destacam-se, no passado, T. Borgmeier, W. W. Kempf e Cincinnato Gonçalves quanto à taxonomia; Mário Autuori, que desvendou detalhes importantes da biologia das saúvas, em especial a fundação de colônias e a transmissão vertical do fungo na primeira metade do século XX; Elpídio Amante, Virgílio e Francisco Mariconi e colaboradores quanto à biologia e combate de saúvas.

Atualmente, o Brasil conta com vários nomes influentes na mirmecologia, em especial Jacques Hubert Charles Delabie do CEPEC e Carlos Roberto Brandão do Museu de Zoologia da USP. Mas destacam-se também, Terezinha M.C. Della Lucia, Inara Roberta Leal, Heraldo Vasconcelos, Odair Bueno e Narcisa Silva Soares.

Para saber mais: antARK – An Introduction to Myrmecology | the study of Ants (em inglês)