Biologia marinhaConservaçãoMamíferosMastozoologiaZoologia

Foca-monge-do-caribe

Foca-monge-do-caribe: espécie de mamífero pinípede que habitava o Mar das Caraíbas, área tropical do oceano Atlântico, ao leste da América Central. Foi extinta pelo homem ainda no século XX devido principalmente à caça das focas pelo seu óleo e à pesca excessiva de suas fontes de alimento.artigo original www.biologo.com.br

Foca-monge-do-caribe, o animal que nadava em águas cristalinas

29/7/2021 ::  Por Josué Fontana

Antes do contato com os homens, as populações da Foca-monge-do-caribe (Monachus tropicalis) eram controladas sobretudo pelos tubarões do Caribe, seu principal predador.

foca-monge-das-caraíbas
Ilustração da foca em seu habitat.

No primeiro relato conhecido sobre a espécie, por ocasião da segunda viagem de Cristóvão Colombo às Américas, o encontro com o ser humano deu-se de forma violenta para as focas. Em agosto de 1494, um navio ancorou na ilha quase estéril de Alta Velo. Oito focas que descansavam na praia foram mortas. Era o começo do fim desses fascinantes animais marinhos.

Ouros nomes: Foca-monge-caribenha, foca-monge-das-caraíbas

Foca-monge-do-caribe (Monachus tropicalis)
Foca-monge-do-caribe (Monachus tropicalis)

As Focas-monge caribenhas tinham cabeça e rosto distintos de outras focas. Possuíam um corpo robusto, grande (quase 2,4 metros  de comprimento), longo e pesavam de 170 a 270 kg.

Apresentavam semelhanças com as outras Focas-monge, como as do Mediterrâneo (Monachus monachus), espécie que ainda persiste, mas é provavelmente a foca mais ameaçada de extinção. A espécie também podia ter algas crescendo em sua pelagem, o que lhes dava uma aparência ligeiramente esverdeada, assim como as focas-monge-havaianas (Neomonachus schauinslandi) — também ameaçada e uma das duas únicas espécies existentes de foca-monge.

Acredita-se que os machos da Foca-monge-do-caribe eram ligeiramente maiores do que as fêmeas. O rosto tinha olhos grandes e espaçados, narinas que se abriam para cima e longas vibrissas claras.

Neomonachus tropicalis
Duas jovens Focas-monge-do-caribe no Aquário de Nova York em 1910.

A coloração era em tons acastanhados e acinzentados, com a parte ventral mais clara que a dorsal. Os adultos eram mais escuros do que as focas mais jovens, mais pálidas e amareladas.

Comportamento:

Pouco sabemos sobre o comportamento dessas focas, mas baseado em antigos relatos acredita-se que formavam grandes grupos sociais, que podiam chegar até a 100 indivíduos. Sua dieta provavelmente consistia em peixes e crustáceos. 

Como outras focas, ela era lenta em terra. Por não se assustarem na presença de humanos e por sua natureza curiosa e pacífica tornou-se alvo fácil para caçadores humanos.

O declínio e extinção da espécie:

“Achamos que a diversidade biológica é confusa. Ela anda, rasteja, nada, desce, vibra. Mas a extinção é silenciosa e não tem outra voz senão a nossa.” – Paul Hawken

Ainda na primeira metade do século XX, os avistamentos das Focas-monge caribenhas tornaram-se raros. Em 1908, um pequeno grupo foi visto nas outrora movimentadas Ilhas Tortugas.

Pescadores capturaram seis focas em 1915, que foram enviadas para a Flórida (EUA) e eventualmente libertadas. Outra foi morta perto de Key West, também na Flórida, em 1922. Houve avistamentos da espécie na costa do Texas em 1926 e 1932. 

O último abate registrado foi no Pedro Cays em 1939. Outras duas focas foram vistas ao sul de Kingston, na Jamaica, em 1949. Em 1952 ocorreu o último avistamento confirmado da Foca-monge-do-caribe, entre a Jamaica e a Nicarágua.

Golfinho-lacustre-chinês - animais extintos pelo homem
leia: Golfinho-lacustre-chinês

Acredita-se que a extinção foi desencadeada por dois fatores principais. O principal foi a caça e matança abusiva de focas nos séculos XVIII e XIX para obter o óleo contido em sua gordura.

O segundo fator foi a pesca excessiva nos recifes que sustentavam a população dessas focas. Com pouco ou nenhum alimento, aquelas que não foram mortas pelos caçadores definharam de fome ou não se reproduziram como resultado da falta de comida. Ainda assim, infelizmente quase nada foi feito para tentar salvar a espécie, que entrou para a lista de espécies ameaçadas de extinção em 1967.

Fontes e referências:
Comentários do Facebook