BiomédicasEpidemiologiaMicrobiologiaParasitologia

Oswaldo Cruz

Oswaldo Cruz:  Conheça um pouco da história do cientista pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil.

O médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro permanece um dos maiores nomes da ciência brasileira e com status de herói nacional.  

Oswaldo Cruz

Oswaldo Gonçalves Cruz era filho de cariocas. Nasceu em São Luiz do Paraitinga, no interior de São Paulo. Aos cinco anos, foi com a família para o Rio de Janeiro.

Resistência bacteriana
Streptococcus pneumoniae. Resistência bacteriana

Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, formando se em 1892, com a tese A vehiculação microbiana pelas aguas. Casou-se aos 20 anos, com jovem de família rica. Em 1896 estagiou durante três anos no Instituto Pasteur, em Paris, sendo discípulo de Émile Roux, seu diretor.

Voltou ao Brasil em 1899 e organizou o combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos (SP) e em outras cidades portuárias. Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego do soro adequado. Como a importação era demorada, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricá-lo.

Mitos e verdades da Febre Amarela
Mitos e verdades da Febre Amarela
 Pioneiro no estudo das moléstias tropicais

Fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Federal no bairro de Manguinhos, no Rio, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.  Assumiu a direção em 1902.

Diretor-geral da Saúde Pública (1903), coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio. A nomeação foi uma surpresa geral. Organizou os batalhões de “mata-mosquitos”, encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores.

Convenceu Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, o que ficou conhecido como Revolta da Vacina.

Epidemiologia
Epidemiologia. By John Vachon

O médico sanitarista

A cidade era uma das mais sujas do mundo, pois dos boletins sanitários da época se lê que a Saúde Pública em um mês vistoriou 14.772 prédios, extinguiu 2.328 focos de larvas, limpou 2.091 calhas e telhados, 17.744 ralos e 28.200 tinas.

Houve um momento em que foi apontado como ‘inimigo do povo’, nos jornais, nos discursos da Câmara e do Senado, nas caricaturas e nas modinhas de Carnaval.

Houve uma revolta, tristemente célebre como a revolta do ‘quebra-lampeão’, em que todos foram quebrados pela fúria popular, alimentada criminosamente durante meses pela demagogia de fanáticos e ignorantes.

Oswaldo Cruz
Foto: Jeferson Mendonça

Os últimos anos

Premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909).

Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em Rondônia.

Em 1916 ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu vítima de insuficiência renal um ano depois, não tendo completado o seu mandato. Sua vida é retratada no romance Sonhos Tropicais de Moacyr Scliar.

Comentários do Facebook