ConservaçãoOrnitologiaZoologia

Corujinha-de-Alagoas

Corujinha-de-Alagoas: entre as espécies de animais recém-descritas em 2021, a fauna brasileira ganhou duas novas corujas, entre elas, a corujinha-de-alagoas (Megascops alagoensis), já tida como em perigo crítico de extinção.
artigo original www.biologo.com.br

Corujinha-de-Alagoas, nova e ameaçada espécie brasileira

15/3/2022 ::  Marco Pozzana, biólogo

A fauna brasileira surpreende por sua resiliência. Em tempos em que a extinção avança sobre a nossa biodiversidade, a natureza contra-ataca revelando novas espécies na avifauna: a corujinha-do-xingu, na Amazônia, e a corujinha-do-alagoas, na Mata Atlântica. 

Corujinha-de-Alagoas
Megascops alagoensis Dantas, Weckstein, Bates, Oliveira, Catanach & Aleixo, 2021. © Gustavo Malacco

As espécies foram descritas a partir de um esforço internacional de pesquisa. Observando e examinando cuidadosamente a morfologia, vocalização e DNA das corujas, os biólogos concluíram que havia distinções suficientes para classificar duas espécies como novas.

A corujinha-do-xingu (Megascops alagoensis) é encontrada somente no Centro de Endemismo Pernambuco, porção da Mata Atlântica ao norte do rio São Francisco que representa altíssimo valor para a conservação da biodiversidade.

A M. alagoensis é uma ave strigiforme da família Strigidae. Pouco sabemos acerca do seu comportamento e ela deve ser considerada em perigo crítico em breve devido à fragmentação florestal na pequena área onde ocorre. 

Centro Pernambuco de Endemismo (CPE)

Glaucidium mooreorum) Caburé-de-pernambuco
Caburé-de-pernambuco: provavelmente extinta

O Centro Pernambuco de Endemismo (CPE) é uma estreita faixa de mata atlântica sujeita a forte desmatamento, área em que a coruja-das-alagoas foi encontrada em apenas cinco fragmentos florestais isolados.

Vale lembrar que a região se encontra já bastante degradada, com diversas ameaças, como a expansão urbana. Há pouco tempo os biólogos notaram o sumiço de outra coruja na região, o Caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum), que acredita-se que já esteja extinta. Outra ave endêmica da área que também acreditam estar extinta é o Gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti).

Preservar a Mata Atlântica no CPE e entorno é vital para a conservação da rara e preciosa fauna do local, que possivelmente inclui animais que ainda não são conhecidos pela ciência.

Fontes e referências:
Comentários do Facebook