ConservaçãoMamíferosZoologia

Rinoceronte-negro-ocidental

Rinoceronte-negro-ocidental: Poderoso animal cujo território se estendia por grande parte da África Subsaariana, o rinoceronte-negro-ocidental teve no homem o seu algoz. Impiedosamente caçada, a subespécie foi declarada extinta em 2011.artigo original www.biologo.com.br

Rinoceronte-negro-ocidental, um titã exterminado

17/9/2021 ::  Josué Fontana

Subespécie extinta do rinoceronte negro, o rinoceronte-negro-ocidental (Diceros bicornis longipes) se concentrava principalmente na república dos Camarões. Mas, infelizmente, as buscas desde 2006 não conseguiram localizar nenhum indivíduo. 

crânio de rinoceronte-negro-ocidental
Crânio feminino de rinoceronte negro caçado em 1911

Trata-se de uma das três subespécies de rinoceronte negro extintas pelo homem em tempos modernos, sendo as outras o Diceros bicornis bicornis e o Diceros bicornis brucii.

Características especiais

A subespécie Diceros bicornis longipes foi cunhada e registrada por Ludwig Zukowsky em 1949. O nome longipes se refere ao longo segmento distal do membro do animal.

Outras características peculiares do rinoceronte-negro-ocidental incluem o chifre de base quadrada e o primeiro pré-molar inferior retido nos adultos, entre outras.

O Rinoceronte negro da África Ocidental

Rinoceronte-negro-ocidental - Diceros bicornis longipes
Diceros bicornis

O animal tinha dois chifres e media de 3 a 3,75 m de comprimento, tinha uma altura de 1,4 a 1,8 m e pesava até 1.400 kg.

A dieta incluía brotos e outras partes de plantas. Durante as partes mais quentes do dia, eles dormiam ou chafurdavam, nas outras se deslocavam em busca de comida.

Acredita-se que eram míopes, como a maioria dos rinocerontes negros. Por isso, aves locais como o pica-pau-de-bico-vermelho podiam ser úteis para alertá-los de possíveis ameaças.

Declínio e extinção 

“A única maneira de salvar o rinoceronte é salvando o meio ambiente em que vive. Porque existe uma dependência mútua entre ele e milhões de outras espécies. ” – Sir David Attenborough

O Diceros bicornis longipes foi intensamente caçado no início do século XX. No entanto, após ações de proteção a população aumentou na década de 1930.

Rinoceronte negro da África Ocidental 

À medida que os esforços de proteção diminuíram ao longo dos anos, o número desses animais também declinou, até que, em 1980, a população estava na casa das centenas.

A caça furtiva persistiu e na virada do milênio existiam apenas cerca de uma dezena de indivíduos. No ano seguinte eram apenas cinco. O rinoceronte-negro-ocidental foi avistado pela última vez em 2006, no Camarões.

Fake news e esforços de conservação

Curiosamente, as pessoas acreditavam que havia cerca de trinta animais em cativeiro para fins de reprodução. Mais tarde descobriu-se que essas informações se baseavam em dados falsificados. É possível que essas ‘Fake news‘ tenham ajudado a diminuir os esforços na conservação do rinoceronte-negro-ocidental.

Rinocerente negro
Rinocerente negro

Em 1999, a WWF publicou um relatório chamado “Rinoceronte africano: Pesquisa de Status e Plano de Ação de Conservação”. O documento recomendava que todos os espécimes sobreviventes deveriam ser capturados e colocados em uma região específica a fim de facilitar o monitoramento e reduzir as taxas de ataque dos caçadores furtivos. Este esforço falhou devido a corrupção. Além disso, exigia grande investimento e o risco de fracasso era alto.

Os rinocerontes negros ocidentais foram mantidos em parques nacionais, medida que não impediu sua extinção. 

Medicina tradicional chinesa

Na década de 1950, Mao Tsé-Tung quis fortalecer a medicina tradicional chinesa para conter as influências ocidentais. Ao tentar impulsionar esta indústria, várias espécies foram caçadas e, não poucas, levadas à extinção. Entre elas, o Golfinho-lacustre-chinês.

Até hoje, muitas pessoas acreditam que os chifres de rinoceronte tem valor medicinal, fato que impulsiona a caça ilegal. No entanto, essa crença não tem base em fatos científicos. O valor do chifre chega a superar o do ouro no mercado negro — 1 kg de chifre pode custar mais de 50.000 dólares americanos.

Fontes e referências:
Comentários do Facebook