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Civeta

Civeta: único membro do gênero Civettictis, a civeta (Civettictis civetta) é um mamífero nativo da África subsaariana, onde vive em florestas e savanas. São reconhecidas pelas listras brancas no pescoço e detalhes de suas máscaras faciais, que lembram as de um guaxinim.artigo original www.biologo.com.br

Civeta, um mamífero peculiar

25/11/2022 ::  por Marco Pozzana, biólogo 

Um animal de aparência única que tem se mostrado resiliente, embora diversas ameaças pressionem as populações, tais como a caça, a degradação ambiental e a captura para o comércio de civetona.

Civettictis civetta - Civeta, um mamífero peculiar
Seis subespécies de civeta são conhecidas

Assim é a civeta, mais conhecida pela secreção de sua glândula perianal, o almíscar usado como ingrediente na produção de perfumes.

O comércio de civetona diminuiu bastante, mas permanece uma ameaça significativa para esses animais em alguns locais, com muitas civetas mantidas ilegalmente em gaiolas para extração e venda do almíscar para a indústria de perfumes em algumas áreas.

Não se sabe ao certo se as populações estão em queda, mas em alguns países está ameaçada pela caça, e captura para a produção de civetona.

As civetas integram a Viverridae, uma família de mamíferos carnívoros do Velho Mundo, formada geralmente por animais pequenos e leves — em sua maior parte arborícolas — cujo habitat mais comum é a floresta tropical.

civeta africana (Civettictis civetta) - Civeta, um mamífero peculiar
Николай Усик via Flickr (CC BY-SA 3.0)

Civettictis civetta (Schreber, 1776)

Viverídeo considerado comum em amplo território da África, distribuído em bosques e florestas secundárias, a civeta está listada como “de menor preocupação” na Lista Vermelha da IUCN desde 2008.

De hábitos noturnos e solitários, passam o dia dormindo enas ervas altas perto de fontes de água, acordando ao pôr do sol. Frequentemente habita savanas, florestas e, às vezes, perto de rios, pois a grama alta e os matagais presentes fornecem a cobertura necessária durante o dia. São generalistas onívoros, predando pequenos vertebrados, invertebrados, e comendo ovos, carniça e matéria vegetal.

Exemplos comuns de alimentos são frutas, insetos, anfíbios, répteis, pássaros e roedores. Oportunistas, podem caçar até mesmo filhotes de grandes mamíferos. É um dos poucos carnívoros capazes de comer invertebrados tóxicos, como cupins e milípedes. Civettictis skeleton

Outros nomes populares: civeta-africana, gato-de-algália, gato-almiscarado, gato-lagário, lagaia, zibeta, almiscareiro e algália

Suas cores e formas variadas da pelagem fornecem excelente camuflagem no ambiente selvagem africano, detectando a presa principalmente pelo cheiro e pelo som, e não pela visão.

As manchas pretas e brancas que cobrem sua pelagem grossa, os anéis na cauda e as faixas pretas ao redor de seus olhos que lembram as do guaxinim, formam um padrão único. Outras características distintivas são seus quartos traseiros desproporcionalmente grandes e sua crista dorsal erétil.

Civeta, um mamífero peculiar que não está ameaçado de extinção

A civeta tem sido historicamente caçada pela secreção das glândulas perineais, uma substância cerosa branca ou amarela chamada civetona, que tem sido usada há séculos como ingrediente para muitos perfumes.

Mais recentemente, civetas tem sido exploradas de outra forma. O Kopi Luwak (ou café de civeta) — um dos cafés mais caros do mundo — é feito a partir de grãos de café extraídos das fezes do animal, que muitas vezes são maltratados na produção. Uma única xícara da bebida “gourmet”, pode custar até US$ 100. Repórteres disfarçados encontraram civetas mantidas presas em gaiolas na Ilha de Sumatra.

Na Etiópia, os civetas são caçadas vivas e mantidas em pequenas gaiolas. Muitas morrem em menos  de três semanas após a captura. Esta é uma prática cruel criticada por ativistas dos direitos dos animais.

Embora não esteja ameaçada de extinção, não se conhece bem a real situação da civeta nas matas africanas. É possível que a espécie esteja declinando, pressionada por diversas ameaças antrópicas. 

Seis subespécies são conhecidas, C. c. civetta (Schreber, 1776); C. c. congica (Cabrera, 1929); C. c. schwarzi (Cabrera, 1929); C. c. australis (Lundholm, 1955);  C. c. volkmanni (Lundholm, 1955); C. c. pauli (Künzel e Rayaleh, 2000).

Fontes e referências: 
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